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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Viviani Fujiwara - Arte nos Muros


        A talentosa artista plástica Viviani Fujiwara está agora espalhando a beleza de suas cores pelas ruas de Natal, capital de Rio Grande do Norte. Essa empreitada faz parte de um novo projeto que foi criado com a intenção de escrever nos muros, deixando mensagens lindíssimas, oníricas - como suas telas já mostravam - e capazes de encantar os transeuntes. O projeto foi criado, entre outras variantes, com a finalidade de explorar o universo graffiti do spray, essa técnica tão amada pela juventude do século XXI, e que, pelas palavras da própria Viviani em comentário para o Mondo Teeno: "por incrível que pareça, é bem difícil de dominar". A artista, já bem conhecida por suas telas de tom fantasioso e surrealista, começou a explorar o graffiti a partir de trabalhos que realizou esses meses passados com o Coletivo Aboio, mas esse projeto independente a que nos referimos agora, começou a ser levado a cabo por iniciativa dela própria. Sua arte nos muros é dotada de mensagens bonitas, que nos fazem refletir, que nos tiram da paralisia diária acinzentada, que só o concreto urbano sabe construir. 
       Pelas mensagens em sua arte por graffiti, podemos ver seu coração bonito e generoso, que se preocupa com os animais, que nos incita a observar os felinos, a adotá-los, a cuidar desses seres tão especiais. Na realidade, a temática do felino é uma constante na arte de Fujiawara, quem não se lembra da série Pardos de seu trabalho, toda dedicada aos gatos? Além disso, há uma imagem criada nos muros, pela artista, que nos intriga pela percepção geopolítica, inclusive, é uma arte que, pelo que a própria nos contou, será transformada em lambe-lambe. A imagem a qual nos referimos, denominada 'O Ocidente Também Oprime' é bastante especial, pois retrata uma mulher vestida com um hijab, com a boca tapada por algo que em alguns momentos lembra uma cédula de papel-moeda, e em outros momentos lembra uma seda, mostrando  por essa ambiguidade e inexatidão, a importância de observarmos a relatividade cultural entre ocidentais e orientais, uma imagem que nos faz questionar sobre o valor dito libertador da nossa cultura citadina e pós-industrial. Enfim, a nova empreitada de Fujiwara nos felicitou muito, seja pelas cores e maestria em cuidar dos traços, seja pela temática e pela generosidade em trazer a beleza de seu pincel para as ruas, onde todos podem ver e ser tocados por sua sensibilidade.

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