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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A Morte da Canção

O musicólogo José Ramos Tinhorão, famoso por suas críticas mordazes à Bossa Nova, nos surpreende em seu livro publicado no Brasil neste ano de 2011 As Origens da Canção Urbana, com a ideia da morte desta que lhe dá nome. Ora, a canção, gênero que remete a alguém cantando juntamente com o som de um violão uma melodia de carga afetiva e sentimentalista está na mira da grande indústria cultural.Tinhorão vem nos alertar que a canção está em fase de despedida, está morrendo, pois ninguém mais se senta para ouvir música, de maneira calma, pelo simples apreciar. No entanto, óbvio é que ela não vai desaparecer, como a música de câmara, que até hoje ainda existe e é lugar de lazer de uns poucos mais interessados por teoria musical e essas erudições da vida.
O que temos hoje, fazendo frente à antiga canção popular do século XVIII e XIX é a música de massa, vista de pé em estádios, por exemplo. Seu novo livro diz que a canção é um gênero que surgiu com a popularização da música e que, ao mesmo tempo, essa popularização que a fez surgir é responsável pelo seu iminente sumiço. O que seria a música de massa atual senão uma filha bastarda da primeira? Origens elitistas é que de fato não tiveram esses grandes sons que hoje fazem a cabeça dos jovens.
A canção popular deriva dos cantos épicos, que depois se transformaram em romances, que viraram romances líricos e por fim, se transformaram em canção. E hoje? Quem cria a música? Hoje a música é feita por sintetizadores que já têm música arquivada, e o artista, pobre, se diluiu na massa.



Fonte: entrevista feita por Daniel Constantinto, com adaptações.

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