O Smokie tem uma história engraçada. Apesar da banda existir desde 64, na época, com o nome de The Yen,
e já ter uma certa experiência musical, a coisa só foi realmente crescer para os mesmos nos anos 70, quando contratos com gravadoras forçaram os mesmos a adotar o visual glam comum aos músicos da época, e eles, relutantes em aceitar a alegria daqueles acessórios, se viram, não obstante, com uma popularidade cada vez maior.
A música, Needles and Pins, gravada pela primeira vez nos anos 60, pela cantora de love songs americana Jackie DeShannon, fala da revolta de um jovem tentando entender como teria desperdiçado o amor com alguém que não fazia por onde merecê-lo, e da necessidade de esconder as lágrimas que uma decepção como aquela trazia a tona. Muitos foram os músicos que, ao longo de três décadas transmutaram tal letra e melodia em ritmos diferentes, testemunhando assim a perenidade dessa maneira juvenil de amar.
Uma musica bonitinha, de uma banda supimpa, que nos faz lembrar nossas histórias tristes e felizes e ter uma sensação de nostalgia num mundo onde se descobre o novo no velho a cada tragada de cigarro.
Dedicada a gabi, camila, pt stefano, ed, gabriel, michel, pierre e todos os amantes do glitter rock.
Retrô, a palavrinha da moda. Mas, eu me pergunto, existe algo mais retrô que abraço de avó? Elas são sempre cheirosas, quentinhas e bonitinhas. Impecavelmente arrumadas, com seus botõezinhos, lencinhos e casaquinhos. Se você também tem uma avó fofinha e vai comer as rabanadas, que com tanto amor ela prepara. Agradeça cantando o refrão desta música. É facil de aprender! Será melhor que qualquer presente...
Que belezinha é a Suzi Quatro de macacão branco, com sua voz de gata cantando The Wild One. Bom demais para desacelerar deste clima de fim de ano. Coisa chata é mercado lotado, shoppings e compras de natal. Prefiro ficar com a Suzi de macacão branco e sua voz de mulher baixinha. Afinal as baixinhas são sempre melhores...
A primeira metade da decada de 60 corre descontraída (apesar da ameaça do apocalipse nuclear), com canções hedonistas dos dois lados do Atlântico. Na California, os beach boys exaltam as emoções do surf-rock, na inglaterra, os beatles cantam o amor adolescente. Um pouco mais inconformados, os rolling stones e the who reclamam a chatice da vida sem futuro dos jovens. O folk-rock de Dylan, que na década anterior advertia o cidadão comum de que "alguma coisa está acontecendo/ mas voce não sabe o que é / sabe, mr jones?", já não satisfaz mais o músico, e ele troca o acústico pelo elétrico, o que provoca a ira de muitos de seus ouvintes.
Não é só a guitarra elétrica que embala essa faceta de dylan, mas um discurso mais agressivo e letras mais trabalhadas. Seu hino de batalha "like a rolling stone", de 1965: "how does it feel, how does it feel / to be on your own, without a home / like a complete unknown , like a rolling stone", era uma especie de "o estrangeiro" de Camus, vertido para a linguagem do rock. As revistas culturais da época noticiavam freneticamente que "nenhuma outra musica pop confrontou e transformou tão completamente as regras comerciais e convenções artisticas de sua epoca". Gozado é que a canção de dylan foi inspirada num velho blues de Muddy Waters, que dizia "pedras que rolam não criam musgo". O rock branco nunca escondeu sua grande influencia no blues negro.
A década adotou como leda "sexo, drogas e rock'n'roll", um ideário hedonista como poucas épocas conheceram. As drogas, além do êxtase químico, representavam a busca do auto-conhecimento, e o rock'n'roll eram as fanfarras de Dionísio, colorindo de som a vida desses novos epicuristas.
Aditivado pelo LSD, surge o acid rock da Califórnia, bandas de nomes surreais como Jefferson Airplane, New Riders or the Purple Sage, Blue Cheer e Grateful Dead, esta ligada a um grupo de "guerrilheiros lisérgicos", os Merry Pranksters, que percorriam a Califórnia num velho ônibus escolar pintado de cores psicodélicas, espalhando a mensagem do LSD e a própria droga, deitando-a em jarras de ponche nas festas caretas ou nos bazares de igreja e até tentando colocá-la nos reservatórios de água - já imaginaram cidades inteiras viajando com LSD sem o saber?
De repente uma nova tribo surgia no cenário global da contracultura: "the flower children" - as crianças ou filhos da flor. Alardeavam o poder da flor sobre os fuzis, ilustrado graficamente pela foto de Marc Riboud durante a marcha sobre o pentágono, em washington, em outubro de 67.
No ano seguinte, no Brasil, Geraldo Vandré lançava "caminhando(pra não dizer que não falei das flores)": "pelas ruas marchando indecisos cordões / ainda fazem da flor seu mais forte refrão / e acreditam nas flores vencendo o canhão". Foi um dos exemplos mais extremos da força da música atuando sobre a realidade. A canção de Vandré - e seu eco na juventude brasileira - levou a ditadura a um gesto de desespero: a decretação do AI-5, que levaria, por sua vez, ao cirramento do confronto entre a sociedade e os militares nos "anos de chumbo."